10 de mai. de 2022

A Arte E As Grandes Massas

 


Quadro Atual 

Pixels - 2022


"Com o grande sucesso da Internet, timidamente aos poucos finalmente o povo migra da realidade física para a sua extensão na realidade virtual. A seguir, em apenas uma década depois, o ambiente novo muda e passa a refletir os mesmos antigos comportamentos e anseios típicos da sociedade, que "pareciam velados" e agora ficam mais visíveis e palpáveis." 

Na vida coletiva e social de hoje, é difícil falar de qualquer coisa que não esteja associada à economia. De uma forma ou de outra, mesmo que o assunto não aponte diretamente para a realidade econômica que o cerca, a situação estará inserida no contexto e muitas vezes será o gatilho que moverá as pautas da humanidade. Nessa interligação, quase um capricho da natureza operada pela roda da fortuna, regendo nossos destinos, a arte a que me refiro é aquela que é capaz de tomar e elevar o indivíduo, ou que faz as pessoas pararem para pensar diferente sobre a vida. A ferramenta capaz de causar polêmica ou apenas expressar as novas diretrizes de implementação. Ao mesmo tempo paralelamente, arte e economia flutuam sob e acima de toda a opressão atual e evolução social e parece que os outros meios, educação, saúde, trabalho, ciência, filosofia, humanidades, política, religião, leis e tudo mais que sustenta a vida , se dissolvem em trechos, cenas de um filme. A arte é sempre um reflexo do nosso estado de espírito. A arte pura que exalta a consciência não é muito comum nas redes sociais e seus artistas dificilmente "viralizam", segundo a linguagem do meu país de origem, o Brasil. Mas isso também é possível e raro. Nesse caso, fica mais fácil para o público acompanhar as notícias de quem já foi reconhecido, morto ou vivo, no mundo todo ou em seu próprio país. São os consagrados famosos, motivo de orgulho em qualquer nação. A maioria das personalidades que foram polêmicas em sua época ou até mesmo pouco conhecidas, mas que no seguir vão servir de modelos. Na verdade, sobre evolução das mentalidades das grandes massas, as coisas não mudaram em nada desde as últimas cinco décadas. Nesse sentido e nessas questões do pensamento, embrulhadas nas novas linguagens das tecnologias aumentaram as opções de escolha apenas aparentemente. No geral continuam atraídos pelas oportunidades de crescimento individual, mas no coletivo dos internautas, as novas ferramentas ainda tendem a fortalecer e valorizar as tendências massivas, dos estilos e produções mais populares possíveis. Esta é a geração que mais exalta e nivela por baixo a qualidade da vida humana no planeta nas últimas doze décadas. Após 120 anos de resistência, lutas sociais de vanguarda para garantir as liberdades elevadas da consciência humana, conquistadas gerando o legado da riqueza coletiva, começam a desmoronar e algo estranho acontece em nossas populações, a começar pelo gosto popular escarnecedor que busca ofuscar e humilhar as inteligências que vem a seu favor. As ferramentas não ajudam a envolver a população num ambiente mais promissor e reflexivo capaz de elevar o espírito e seu gosto cultural e a partir disso,  naturalmente também resolver seus problemas financeiros. Repetem velhas fórmulas de alienação. Assim como os museus, os teatros e os centros culturais estão diariamente abertos, para visitação pública, a maioria grátis, mas somente um público exclusivo costuma frequentar. A maioria da população passa pela porta e não entra. Algumas exposições de artes plásticas, trazendo artistas famosos internacionais, atraem a população, de vez em quando e para gerar este fenômeno, investem nos eventos fazendo propagandas em rádio e televisão. Os anúncios das bienais de livros e mostras coletivas de arte, também são divulgados com menos empenho, daí merecem pouca atenção. Dentro das redes sociais existem páginas e canais de vídeos, com seus públicos frequentadores, porém apesar da frequência nem eles, na maioria,  conseguem monetização, por não atingirem um grande e massivo público diariamente. Exatamente vivenciando, envolvida no meio disso e por isso posso até me considerar uma autora de sucesso dentro dos "meus limites" impostos dentro das redes sociais de vídeos de curtas. Porque meu público é restrito, mas diversificado, pequeno, mas sincero e apreciativo. O mais surpreendente é que as pessoas vêm de diferentes círculos culturais, credos e estratos sociais. E como eu sei disso? Eu visito suas galerias de vídeos. Alguns também postam e os outros sempre carregam playlists, então é fácil ver o que eles dão mais importância. Pode-se dizer que é um público popular raro, que gosta de variar o cardápio, mas eu mesmo que considero minha arte rara e também diversificada às vezes me questiono o motivo de estar ali.  Produzo essa arte polêmica e estigmatizada, arte contemplativa intelectual, ou arte "refinada", para alguns, "arte estúpida" para os leigos e conservadores. Chamo de arte negociável, diferente de comercial, pois, em caso de sucesso, por ser negociável, não falta quem a patrocine, mesmo que seja algo especial. A princípio voltada para públicos-alvo específicos ou seletivos, mais tarde quando uma dessas obras se torna famosa enquadra-se bem no perfil coletivo que aceita a premissa: "Todo mundo tem um pouco de médico e de louco". Como forma de buscar o conhecimento geral para se manter atualizado, as pessoas espiam fora de suas caixas, absorvem docilmente algo (pra elas novo) considerado de alto valor cultural, da mesma forma que às vezes se dão ao luxo de comer em um restaurante mais caro e se preparar para saborear um novo prato recomendado pelos amantes da "boa comida". Depois de provar as iguarias, não falta julgamento da "grita popular" dividido em aplausos de aprovação ao lado de quem faz cara feia, mas que aceita por ser nutritivo e também dos enjoados que desprezam os refinamentos do paladar. É assim que eles fazem com certas artes interessantes, que chamam a atenção de autoridades, mas no resto do mês, sem mais estímulos, todos voltam a mergulhar no cotidiano de suas preferências. Enquanto isso, artistas como eu, criadores de conteúdos extraordinários ao gosto comum, estacionamos nossas pequenas ilhas de sonhos nas plataformas, cada uma carregando seus ideais diferentes e o que me move a usar esse tipo de suporte é o desafio de desenvolver em segundos e minutos apertados, profundos e longos, ideias duradouras, coletadas alí. Até que outras plataformas me atraiam ou o meu interesse se esvazie. Achei que o minuto pode ser muito mais trabalhado e devemos aproveitar essa recente tendência das grandes massas que aderem febrilmente à moda dos shorts explodindo em 2021 e 2022. Tomara que a tendência dure muito, o período de pico já pode estar se aproximando mas espero que esteja longe. Há dez anos eu comecei no YouTube com vídeos curtos, eles mostravam segundos, os outros criadores trabalhavam os videoclipes por cinco a dez minutos e eu tinha pouquíssimas visualizações. Vídeos curtos não eram monetizados, considerados talvez pouco profissionais, mais usados em comerciais de TV ou pequenos trailers. Eu mesmo aproveitei a técnica para blogar, o que logo me atraiu já que os vídeos não tinham muita audiência. Mantive o canal mas preferi conhecer melhor outros ambientes virtuais. Alguns anos depois de repente tudo mudou, vendo outras plataformas fazendo sucesso com os insignificantes curtas, o YouTube também decidiu monetizá-los. Ocorreu-me que o crescente incentivo à criação de curtas, impulsionado por empreendimentos econômicos fáceis e lucrativos, despertou nova geração de usuários e a minha criatividade artística novamente acendeu a velha chama. Mas meus vídeos ainda são artísticos. Que bom que agora por este post você já sabe e se quer visitar minhas galerias terá ideia do que vai encontrar. A minha novidade atual é que resolvi migrar os vídeos que apresento nas plataformas para o ambiente artístico mais reservado do "O CONTO NO SLIDE". Este é o meu blog exclusivo de Vídeos de arte e experimental, que contém também uma pequena coleção RetRô de primeiros Gifs e estilos de Visuais Animados que fiz para aprender e me divertir. Alguns você até pode baixar donwload e guardar de "lembrança". Estou levando aos poucos o material para o blog, mas já está apresentável. Acesse clicando no título acima.


Por: TuliA

Documento 2022 -  bR