22 de jan. de 2022

Arte Digital - Da Renascença ao Realismo Fantástico

 Casquinha de Sorvete 

 Pixels  2022

"Entre a realização de fazer este quadro, está o fato de assinar  "propositadamente" ao contrário."


A informática é algo que as populações não sabem como funciona mas fazem uso constante no dia a dia. Do mesmo modo, tem acesso e usam imagens digitais sem também ter ideia plena de como se chegou a tudo isso. Daí é mesmo muito importante que crianças e adolescentes recebam aulas de arte nas escolas, comecem a compreender estilos e aprendem algumas técnicas. Todo este aprendizado ajuda a conhecer melhor o mundo virtual e facilita a interatividade. Expande a consciência do ser humano. Deixo aqui um link que encontrei na web, sobre a história da arte, de linguagem bastante simples mas muito informativa, que tanto serve para professores de arte, alunos e artistas iniciantes. Contudo, leia primeiro o post a seguir e depois clique e aproveite a dica deste link acima ao lado. 

A arte Digital vem a ser realmente o marco do tão esperado "novo" dos artistas laboriosos do fim do século vinte. Essa busca se torna mais intensa conforme explico nos posts abaixo, neste paradigma, nas décadas de 60, 70 e 80. Mas eu quero ressaltar aqui o quanto foi importante o estudo da cor luz e da forma, que se inicia nas artes plásticas da renascença até o Surrealismo e colidindo com o Fauve, apesar de pictórico, não menos importante. Ambos, Surrealismo e Fauve reestudando o emprego da tinta negra, ou do preto nas telas e painéis das obras de arte. O Surrealismo aderindo a corrente do estudo ótico, ou óptico das teorias da cor luz enquanto refração e reflexão, apoiados na Física, enquanto paralelamente o estudo do Fauve, também apoiado na Física, aderindo a corrente da cor pura, usando o negro no sentido de pigmento puro e simples, gerando a sensação de perspectiva no espaço visual. Isto se dá "automáticamente", como observam os artistas da época, simplesmente por se tratar de realidade pura que eles começam a empregar em suas telas sem respeitarem mais as regras impostas pelos métodos tradicionais de se pintar, impostas nos racionalismos das academias de desenho e pintura. Contudo o que impulsiona os artistas a romper definitivamente com valores racionais, que delimitam os artistas em áreas cercadas permitidas é de fato e comprovadamente o Expressionismo. O Expressionismo é derivado dos últimos estudos da luz e cor no movimento Impressionista. Os artistas não se permitem mais a tratar a arte dentro das regras da mente e do racional. A mente racional não vê plenamente e finalmente os artistas assumem a total capacidade do artista expressar sua sensibilidade além do que se enxerga. Neste momento glorioso outras tendências científicas também dão total reforço no campo da psicanálise e da espiritualidade. O interessante é que o movimento do automatismo revisto no início do século vinte, remonta as mesmas técnicas de pintura empregadas na Renascença, obtidas pelo estudo da prática do "claro escuro" ou estudo das "meias tintas". Tais práticas de se pintar gera a "fixação de forma" e automaticamente a forma perfeita. A forma perfeita com tudo que ela contém, geometria, volume e textura. Por isso ao se olhar um quadro deste período o observador identifica os elementos, cristal, metal, madeira, couro, pele, tipos de tecido e etc e etc. Nestas obras, enquanto se pinta, muitas teorias sobre luz e cor são observadas pelos mestres e os fenômenos anotados em ensaios por alguns. Leonardo Da Vince por exemplo, descreve sua primeira constatação da cor complementar, apelidando-a de "cor falsa". Os discípulos de Da Vince sentem dificuldades em entender os sucessos do mestre na superfície plana da tela ou papel e acreditam que tudo é efeito obtido por gramas de pigmentos coloridos. Ele explica que os efeitos não são químicos, mas são produzidos por leis físicas. Mais tarde cientistas como Kepler e Newton demostram a veracidade destes conhecimentos. 
Algo comum a história da arte é ver artistas revendo artes do passado, buscando informações importantes. Os renascentista vão busar e usar métodos precisos do período clássico grego. A arte grega manifesta na pintura, arquitetura e escultura se sobressai mais na prática técnica da "fixação de forma", fruto do exercício do "claro escuro" justamente na escultura. O famoso Michelangelo, pintor e escultor italiano, esculpia como um grego. Ele projetava a imagem no bloco de pedra e automaticamente sua mão, sem erro de cálculos, retirava as sobras com suas ferramentas de escultor. As lascas iam se soltando e a imagem ia emergindo perfeita. Ele usava o mesmo conhecimento técnico na pintura. Após a pintura do teto da capela Sistina pintada entre 1508 e 1512, ele sofreu uma súbita cegueira que durou alguns dias, pois isto provém de um cansaço físico, resultado de árduo exercício óptico e motor, que produz logo a seguir também automaticamente e por processo natural, uma renovação no sistema ótico do artista. O mesmo acontece com os músicos clássicos ao apurar o ouvido e a percepção sonora. Saber disto me deixou muito tranquila (em algum post abaixo, escrevo sobre a época que fiz estudo de desenho clássico). Nas férias de fim de ano do curso, eu também tive uma súbita cegueira que levou uma semana para se dissipar. Comemorei isso como um triunfo. Mas, não acontece com todo mundo. Na capacitação de aprimoramento ótico, pode não ocorrer e é irrelevante. 
As técnicas do claro escuro, são diferentes das técnicas do conforme é conhecido, desenho realista e estas diferenças, podem vir a confundir o espectador e até mesmo estudantes de arte. Mas praticando um e outro o artista compreende na prática o valor e significado. O estudo do "claro escuro" é muitíssimo mais lento, pois não ensina uma técnica, mas aprimora um método e corrige erros de interpretação visual. Não falo assim, para desencorajar artistas e nem profissionais gráficos, ao contrário. Se no passado não muito distante nós artistas tivemos que botar abaixo regras que já não traduziram bem nossas intenções, hoje, com a facilidade digital que programas de imagem oferecem para leigos e publicitários apenas técnicos, estamos ameaçados de acreditar que a máquina superou o gênio criador dos artistas e que qualquer pessoa mesmo sem real talento artístico é capaz de produzir boas imagens. Não deixa de ser uma verdade, porém relativa. Imagina o que um artista de fato será capaz de entregar à humanidade, tendo como extensão de si ferramentas digitais, além de pincéis, lápis e tintas. Isto é fantástico!!

O Realismo Fantástico também é uma tendência que apareceu com mais evidência na Escola do Pensamento Humano dentro do cenário artístico do século vinte e conforme já comentei acima, ele decorre de todos os movimentos deste conglomerado histórico, mais ou menos nos meados da época. Foi mais forte de início na literatura, mas se estendeu em todas as artes, contudo sua interferência na música assabarca a música experimental, variando do New Age progressivo com instrumentos musicais fantásticos, acústicos e eletrônicos, a exemplo a Harpa Laser, aparece também nas orquestras e vai ao minimalimo dos dias atuais. Na verdade, o Realismo Fantástico é bem característico da música experimental eletro eletrônica que surge nas apresentações de produções independentes, quando começaram a produzir os primeiros sintetizadores Moog, de preço bem acessível à turma da "Contracultura", produzindo sons mágicos mirabolantes que se mesclavam aos sons da cidade ou da natureza numa sintonia e sinfonia cósmica. Copie para pesquisar:

"Moog (instrumento musical) – Wikipédia, a enciclopédia livre" https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Moog_(instrumento_musical)

"A música eletrônica, desde os primórdios até hoje em dia - Parte 1 - Canaltech" https://canaltech.com.br/musica/a-musica-eletronica-desde-os-primordios-ate-hoje-em-dia-parte-1-76021/

 Estamos aí vivenciando uma sociedade a beira da explosão do conhecimento humano, visto pelo seu esplendor e claro, não por seus erros sociais, fruto de ignorância e do não conhecimento. Então, devagar, timidamente surge a Internet até então, apreciada apenas por estudiosos da informática, conhecidos por "nerds". Hoje o termo "nerd", significa qualquer pessoa estudiosa como um elogio. Antes era uma tentativa de ofender os jovens cientistas, que não se misturavam a maioria das pessoas pois andavam muito ocupados. Mas da ocupação de nerds de todas as idades já no fim do milênio, adentrando ao século vinte um a Internet abriu um portal gigantesco entre a realidade física e a realidade física virtual, o ciberespaço, já apontando para o seu metaverso, já esperado por muitos pensadores e entusiastas. Artistas e cientistas apoiam desde o início este desenvolvimento. Finalmente o Realismo Fantástico encontra seu espaço manifesto, além das imagens oníricas representativas, ou literárias. Enquanto isso na sociedade, sem que as pessoas entendam as teorias, elas passam a viver nestes ambientes virtuais, envolvidas em redes sociais e jogos extraordinários com cenários livres e atividades que lhe dão conforto a alma. Até que tudo se torna comum e até nescessário para todos. A próxima meta, além da realidade 3D aprisionada da telinha é projetar o metaverso para o exterior, acredito porém que a holografia que também faz parte deste universo e ainda está sob estudos será usada e vai gerar algumas soluções para apresentações no mundo físico, poderá se aliada a informática, promover e realizar muitos shows, eventos e espetáculos sociais em tempo real ou distribuídos como pacotes culturais gravados. Imagina vc em sua casa, recostado confortavelmente em travesseiros de sua cama
ou sentado no sofá assistindo uma projeção em tamanho real holográfica, de um jogo de basquete, uma peça de teatro ou um festival de rock. 


No próximo post, vc vai encontrar duas imagens digitais parecidas. Uma Surrealista, de título "Desejo" e a outra Fouvista de título "Sorvete". 
Ainda envolvido no tema "Casquinha de Sorvete", em Realismo Fantástico, assista ao vídeo shorts no YouTube: